Políticas Sociais – uma questão de META

dez 11, 2014 | por Heitor Bergamini | Artigos

dilma-equilibrista

Durante toda a minha vida profissional fui movido por Metas.
O segredo para estabelecer uma boa Meta passa por alguns pontos:

1. Onde você quer chegar?
2. O que você quer medir?
3. Ter um plano de ação robusto e trabalhar sobre as CAUSAS e nunca sobre as CONSEQUÊNCIAS/RESULTADOS

Ao levarmos esse raciocínio para as Políticas Sociais do governo notamos que o poder público pensa exatamente ao contrário.
Vamos tomar como exemplo o Programa Bolsa Família: o governo faz uma gigantesca publicidade sobre este programa e os seus benefícios – vale lembrar que o programa praticamente garantiu a reeleição da presidente Dilma.

Milhares de vezes, durante a campanha, a presidente usou o Bolsa Família “vociferando” que o governo vem aumentando o número de famílias atendidas e ampliando os benefícios do programa. O grande feito é que em  2014, já passamos de 14 milhões de famílias atendidas. Considerando que cada família é composta por quatro ou cinco pessoas, estamos falando de uma população que pode chegar próximo a 60 ou 70 milhões de pessoas envolvidas ou beneficiadas.

Existe uma discussão sobre o programa ter sido idealizado no mandato de Fernando Henrique Cardoso, mas isso não faz parte da minha tese.
Quero focar nos últimos 12 anos, onde o governo vem aumentando o número de beneficiados. Observem a incoerência: em 12 anos deveríamos estar comemorando o final do programa. Não sua ampliação!

Para um governo assistencialista (paternalista) a meta é o número crescente de pessoas que são beneficiadas com o “PBF”. Ou seja, quanto maior a “Despesa” do governo com o programa maior o seu sucesso.

Ao meu ver isso não é sucesso e sim um grande fracasso do programa que exclui as pessoas ao invés de incluí-las em uma sociedade mais produtiva e justa.

Assim, enquadrando o programa em nossa teoria de Metas teríamos:

1. Aonde você quer chegar?

O governo deveria estabelecer META ZERO: nenhuma pessoa beneficiada pelo Bolsa Família em um prazo de 10 anos (por exemplo) e, para isso, planejar ações robustas para que as pessoas fossem aos poucos sendo INCLUÍDAS na sociedade.

2. O que você quer medir?

O governo deveria medir o número de famílias que DEIXARAM DE SER ASSISTIDAS pelo “PBF”. Esta deve ser a META e o governo deveria estar medindo o número de pessoas que não necessitam mais de assistencialismo. Pessoas que passaram a ter um EMPREGO digno.

3. Devemos trabalhar sobre as CAUSAS e nunca sobre as CONSEQUÊNCIAS.

O governo deveria focar em Educação, Saúde e Desenvolvimento gerando uma agenda de progresso e de crescimento para todos os brasileiros. Hoje perdemos tempo e dinheiro medindo ou controlando a miséria.

Estamos criando gerações de pessoas acomodadas por migalhas, sem ambição, sem desafios e sem esperança.

Em tempo:

As famílias que conseguissem evoluir deveriam solicitar a sua exclusão do programa.
As que não o fizessem deveriam ser forçadas a devolver o benefício.
E os mal-intencionadas que burlam o sistema deveriam ser presos.

Nos próximos dias vamos falar do Minha Casa, Minha Vida e do Seguro Desemprego.